"O que queres de mim afinal? Por que insistes em voltar para a minha vida se é para não entrar?
Ficas na porta entreaberta. Um pé dentro, outro fora. E eu queria-te aqui, junto de mim.
Cansei de estender a mão, acreditando que segurá-la-ias. Cansei de pensar que poderia ajudar-te um dia, de novo, a amar. Mas tens medo.
Eu olho para a porta e não sei o que fazer. Queria-te do lado de cá. Mas não entras.
Cansei de insistir.
Cansei de pensar que juntos conseguiríamos.
A porta está entreaberta. Assim permanece há meses. Nem eu fecho, nem tu entras. Com medo. Eu, por medo de te perder. Tu, por medo de te envolveres. E jogas com isso, na certeza de que o meu medo é maior que o teu.
Eu olho para a porta e vejo nos teus olhos a inconstância. Os meus convidam-te a entrar. Os teus desviam, olham para os lados. Talvez a procura de algo melhor. Ou de uma saída.
Ficamos os dois na porta entreaberta. Eu queria-te aqui dentro. Mas não entras. Ficas parado a olhar.
Cansei de te convidar para entrar. Cansei de te esperar. Cansei de chorar pela falta que me fazes, do lado de cá.
Eu olho para os teus olhos e mais uma vez os meus chamam-te para o meu lado. Tu ficas parado. Eu sigo olhando-te. Insisto pela última vez. Tu não te mexes. Não entras. No fundo, o teu medo é maior que o meu. Então, eu fecho a porta."
inUma vez por semana
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