domingo, 1 de junho de 2008

Mafalda...

Há 10 anos atrás descobri-a. Finalmente nessa altura liguei uma cara a músicas como o Restolho, o Velho, coisas que ouvia desde sempre
Há 10 anos atrás ouvir Mafalda Veiga era cool.
Há 10 anos atrás assisti a um concerto desta cantora na Praça Sony da Expo 98 e emocionei-me.
Há 10 anos atrás o Lume tornava-se o hino de amizade entre um grupo de 6 a 8 adolescentes (as R.M.) que proclamavam e juravam amizade para sempre!

10 anos volvidos tanta coisa mudou.
Já não consigo ouvir os novos trabalhos da Mafalda Veiga. Nem sequer os anteriores tocam no ipod.
Quase que asseguro que as gerações depois da minha, não conseguem alcançar a importância que as suas letras tiveram nas nossas vidas.
O concerto na Expo foi o único a que assisti, (e não foi por acaso, quis mesmo guardar como recordação apenas um - aquele).
O engraçado da situação é que enquanto escrevo isto, no youtube tocam as músicas delas que me remetem automaticamente para a adolescência.

As R.M. já não existem. O que resta delas são apenas ligações entre 2 0u 3 elementos do grupo que se vão procurando de vez em quando. A amizade que tanto afirmaram ser para sempre esfumou-se em mal-entendidos e uns tantos sentimentos muito pouco nobres.
Hoje cada uma segue a sua vida, aprendem com os erros, tentando não voltar a cometê-los. Isto de crescer dói mais que a conta, mas andamos cá. E apesar de dispersas, tenho a certeza que de forma mais ou menos comedida, lá vamos vibrando com os sucessos umas das outras.

Enfim... diz que a vida é mesmo assim e embora até há pouco me recusasse a aceitar este facto, à medida que desfilo as minhas vivências vou chegando a essa conclusão.
Ter 16 ou 26 anos não é exactamente a mesma coisa mas quiçá o que todas precisamos, é procurar dentro de nós mesmas, as crianças e as adolescentes que por conselho estúpido de alguém, aprendemos a deter...


Para todas:

Vai caminhando desamarrado
Dos nós e laços que o mundo faz
Vai abraçando desenleado
De outros abraços que a vida dá
Vai-te encontrando na água e no lume
Na terra quente até perder
O medo, o medo levanta muros
E ergue bandeiras pra nos deter
Não percas tempo,
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar
Liberta o grito que trazes dentro
E a coragem e o amor
Mesmo que seja só um momento
Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
Nunca apagar dentro de ti
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar


MAFALDA VEIGA

2 comentários:

Acropolis disse...

Um das tuas melhores e mais emocionantes publicações aqui no blog, para a minha sensibilidade, claro está.

Beijinhos ***** :)

"Como um veleiro
Solto no mais alto mar"

SunRise disse...

E a vida é mesmo assim , prega-nos partidas, apresenta-nos caminhos diferentes...torna-nos diferentes...Mas o que eu sei é que as 8 R/M hão-de ser sempre as adolescentes que deixámos para trás estáticas num tempo e espaço onde podemos sempre voltar...basta permitirmos-nos isso a nós mesmas...
A memória é uma arma muito poderosa, e o mesmo digo da amizade, que embora não seja como muitas vezes a idealizamos, continua a deixar laços(pelo menos para mim)inquebráveis.
Por isso, amiga, etou ainda aqui.
Beijos e até sempre!